terça-feira, 28 de maio de 2019

ATOS 8


ATOS 8

Não satisfeitos com a morte de Estêvão, os líderes religiosos em Jerusalém neste momento lançaram a primeira grande perseguição contra a Igreja, e nisso Saulo teve uma participação proeminente. Ele assolou a Igreja como um lobo, invadindo a privacidade das casas para prender suas vítimas. Como resultado, os discípulos foram dispersos pelas províncias da Judeia e Samaria. Ora, de acordo com as palavras do Senhor aos Seus discípulos em Atos 1:8, essas províncias deveriam vir após Jerusalém, e antes que sua missão se estendesse até os confins da Terra; Então, novamente, foi um caso de Deus fazer que a ira do homem servisse ao Seu propósito. No entanto, notavelmente, os apóstolos, a quem a comissão foi dada, foram as exceções à regra. Eles ainda permaneciam em Jerusalém.
Sendo assim, a narrativa deixa de noticiar os atos dos apóstolos e continua com aqueles que foram evangelizar em toda parte, e particularmente com Filipe, outro dos sete. Ele foi para a cidade de Samaria e pregou; o poder de Deus estava com ele e as maravilhosas bênçãos se seguiram, como sempre acontece quando um servo de Deus se move na linha direta do propósito de Deus. A semeadura entre os samaritanos havia sido feita pelo próprio Senhor, conforme registrado em João 4. Então muitos disseram não apenas: “não é este o Cristo?” (Jo 4:29), mas também: “Este é realmente o Cristo” (Jo 4:42). Ora Filipe, vindo a eles, “lhes pregava a Cristo”, como aqu’Ele que havia morrido, ressuscitado e agora estava em glória; Como consequência, um grande momento de colheita aconteceu. Houve um grande gozo naquela cidade.
Sendo recebida a mensagem de Filipe, ele começou a pregar entre eles “acerca do reino de Deus”, e isso levou multidões a serem batizadas. Entre eles estava Simão, o mágico, que também “creu” e foi batizado. Ele se achou, como mostra o versículo 7, na presença de um poder muito maior que os espíritos impuros, com os quais ele anteriormente tinha negócio.
A coisa notável sobre a obra em Samaria era que, embora muitos cressem no evangelho e fossem batizados, nenhum deles recebeu o dom do Espírito Santo. A ordem que Pedro propôs em Atos 2:38 não foi observada no caso dos samaritanos. Deus assim ordenou, acreditamos, por uma razão especial. Houve rivalidade religiosa entre Jerusalém e Samaria, como João 4 testemunha, e, portanto, deve ter havido uma forte tendência a levar esse antigo preconceito para as novas condições. Isso significaria uma igreja samaritana independente, se não em rivalidade, de uma igreja em Jerusalém; e assim qualquer expressão prática do “um só corpo” teria sido posta em perigo mesmo antes que a verdade fosse revelada. E assim, eles só receberam o Espírito quando Pedro e João tinham descido e colocado as mãos sobre eles, e assim formalmente identificando os apóstolos e a igreja em Jerusalém com esses novos crentes em Samaria. A unidade da Igreja foi preservada.
Quando o Espírito Santo foi dado, foi desenhada uma linha que demarcava aquilo que era verdadeiro daquilo que era falso. Nem todos os batizados se mostram verdadeiros, mas o Espirito só é dado àqueles que são verdadeiros. Por isso, em Samaria, o batizado Simão ficou sem o Espírito Santo. Os versículos 12 e 16 nos mostram que o batizado professa a entrada no reino de Deus e toma sobre si o nome do Senhor Jesus, como seu novo Senhor, assim como o antigo Israel foi batizado a Moisés – ver 1 Coríntios 10:2. Simão se submeteu a tudo isso, no entanto, quando o teste veio, a realidade não foi encontrada nele. Ele nunca teria dito: “Dai-me também a mim esse poder”, se ele já o possuísse. Ele sequer entendeu isso, como provado por sua oferta de dinheiro.
Deve ter sido um grande golpe para Simão, que anteriormente dominou o povo de Samaria por seus feitos sobrenaturais, encontrar uma multidão agora possuindo um poder, na presença do qual seus próprios atos sombrios eram como nada. Eles possuíam o dom do Espírito Santo, e ele havia sido deixado de fora. Isso o levou a se expor completamente oferecendo dinheiro aos apóstolos. Ele desejava comprar não apenas o Espírito para si, mas também o poder de transmiti-Lo aos outros pela imposição de suas mãos. Ele sentia, sem dúvida, que se tal poder pudesse ser seu, qualquer dinheiro aplicado em sua compra seria um investimento muito lucrativo.
Esta é a terceira revolta registrada do mal dentro do círculo daqueles que foram batizados: primeiro, Ananias; segundo, o murmúrio das viúvas negligenciadas; terceiro, Simão, o mágico. Em cada caso, você percebe, o dinheiro estava envolvido. Neste terceiro caso, vemos o começo do esforço satânico para transformar a fé pura em Cristo em uma religião que gera dinheiro. Em Samaria, era apenas um córrego fluindo por meio de um homem. Logo aumentou em uma inundação, varrendo imensas riquezas para Roma. No sistema religioso que tem seu centro lá, tudo o que é suposto ser um dom de Deus pode ser comprado com dinheiro.
Pedro não poupou Simão, o mágico. Ele disse claramente que esse pensamento atroz dele significava que seu coração não estava correto para com Deus, que ele estava inteiramente fora da verdadeira fé em Cristo e que tanto ele como seu dinheiro pereceriam. As palavras de Pedro certamente foram proféticas da desgraça que, finalmente, dominaria o grande sistema eclesiástico, que por meio dos séculos transformou o Cristianismo na “religião do dinheiro”.
Houve um raio de esperança para Simão, que Pedro manteve para ele, no versículo 22. Ele poderia se arrepender e, portanto, o perdão para ele ainda era uma possibilidade. Observe como o próprio propósito de seu coração é caracterizado como maldade, sem se referir às suas palavras; uma ilustração disso, da afirmação de que “o propósito do tolo é pecado” (Pv 24:9). Estando ainda em escravidão ao dinheiro, ele ainda estava em laço de iniquidade e amargura. O amor ao dinheiro é “a raiz de toda a espécie de males”; isto é, de todo tipo de mal, uma grande parte da amargura que enche a Terra, brota dele. Pedro disse a Simão para orar a Deus; mas a partir de sua resposta, registrada no versículo 24, parece que ele não tinha o arrependimento que o levaria a orar por si mesmo, e desejava ter certeza da intercessão de Pedro em seu favor sem pagar por isso. Multidões desde aquele dia pagaram quantias consideráveis ​​na esperança de obter a intercessão de Pedro!
Os apóstolos demoraram a sair de Jerusalém, como nos disse o versículo 1 de nosso capítulo. Filipe tinha sido o pioneiro em Samaria, mas agora que Pedro e João haviam descido, eles ainda ministravam a Palavra aos convertidos, e também evangelizavam em muitas aldeias samaritanas em sua jornada de retorno. No entanto, havia mais trabalho pioneiro a ser feito e, quanto a isso, o anjo do Senhor não falou aos apóstolos, mas a Filipe.
A obediência pronta e simples de Filipe às instruções do Senhor é muito impressionante. Foi-lhe dito que deixasse o lugar dos seus trabalhos de sucesso e partisse para a região desértica a sudoeste de Jerusalém. O registro é o seguinte: “Levante-te e vai”; ele “levantou-se e foi”, embora seus irmãos possam tê-lo considerado equivocado e excêntrico ao fazê-lo. Se ele não sabia, ao começar, o objeto de sua jornada, ele logo descobriu, pois seus passos foram guiados de modo que ele deveria interceptar um importante oficial etíope que buscava a Deus. Este homem havia feito uma jornada penosa a Jerusalém, de acordo com a pouca luz que ele tinha. Ele chegou lá tarde demais para obter qualquer benefício do templo, pois ele não era mais reconhecido como a casa de Deus. Ele estava muito atrasado para encontrar o Senhor, pois Ele havia sido rejeitado e ido para o céu. Ele, no entanto, conseguiu um livro importante das Escrituras do Velho Testamento, e estava em sua jornada de retorno precisando apenas de uma coisa a mais.
Era aquela coisa a mais que Filipe foi enviado para suprir, pois Deus não permitiria que um etíope estendesse as mãos a Ele sem obter uma resposta. Ele precisava da luz do Novo Testamento, então, como o Novo Testamento ainda não havia sido escrito, Filipe foi enviado com a mensagem do Novo Testamento. O Espírito de Deus estava no controle, portanto, tudo se moveu para o momento exato com suave perfeição. O etíope tinha acabado de chegar ao meio de Isaías 53, quando Filipe se dirige a ele, e sua mente aguçada estava cheia da pergunta que esse capítulo inevitavelmente suscita nos pensamentos de todo leitor inteligente – O profeta fala de si mesmo, ou “dalgum outro?” foi a pergunta do etíope. Filipe achou esse texto, e pregou-lhe “JESUS”.
Tudo o que Filipe contou ao etíope é resumido para nós por Lucas nesse Santo Nome, e isso é facilmente entendido quando nos lembramos de como Mateus 1:21 nos introduz a ele e ao seu significado. Tudo o que o homem precisava – a luz e a salvação – foi encontrado em JESUS; e enquanto Filipe falava o eunuco achou! Ora, Isaías 53 apresenta Jesus como aqu’Ele que morreu uma morte expiatória e substitutiva; aqu’Ele cuja vida foi tirada da Terra, e o etíope, que evidentemente conhecia algo do batismo e seu significado, desejou ser identificado com Ele em Sua morte. No batismo somos “identificados com Ele à semelhança de Sua morte” (Rm 6:5 – JND), e ele sentiu que nada o impedia de ser identificado dessa maneira com aqu’Ele em Quem ele agora cria. O versículo 37 deve ser omitido por falta de qualquer autoridade real de manuscrito: mesmo assim, nada impedia, embora ele não fosse judeu, e Filipe o batizou.
Desta forma, o primeiro gentio foi alcançado e batizado e enviado em seu caminho de volta ao seu próprio povo com o conhecimento do Salvador. Filipe desapareceu da vista dele mais depressa do que se apresentara, mas, como ele não havia crido em Filipe, mas em Jesus, isso não o perturbava e 

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