terça-feira, 28 de maio de 2019

ATOS 11


ATOS 11


Este capítulo abre com a agitação que foi criada em Jerusalém por esses acontecimentos em Cesareia. Aqueles que tinham fortes preconceitos judaicos contenderam com Pedro sobre suas ações. Isso levou Pedro a repassar o assunto desde o princípio e apresentá-lo em ordem, para que todos pudessem ver que a coisa era manifestamente de Deus. É notável que o Espírito de Deus tenha pensado que seria bom registrar o próprio relato de Pedro, bem como o que Lucas nos deu como historiador, no capítulo anterior. Isso enfatiza a importância do que aconteceu de forma tão privada na casa do oficial romano. Na verdade, foi um evento que marcou época.
Na narrativa de Pedro, naturalmente temos o lado dele da história, e não o de Cornélio. No entanto, ele nos fornece um detalhe sobre a mensagem do anjo a Cornélio, que não é mencionado no capítulo anterior. Pedro deveria lhe dizer “palavras”, pelas quais ele e toda a sua casa deveriam ser “salvos”. A lei exige obras dos homens: o evangelho traz palavras aos homens, e essas palavras os levam à salvação, se crerem. Note também que eles não foram “salvos” até que ouviram o evangelho, e creram nele; embora sem dúvida houvesse uma obra de Deus no coração dessas pessoas, que as levou a buscá-Lo.
Nos versículos 15 e 16, vemos que Pedro reconheceu, no dom do Espírito a Cornélio, o batismo do Espírito, suplementar àquele que fora realizado em Jerusalém no princípio. Era Deus fazendo aos gentios crentes o que Ele havia feito anteriormente aos judeus crentes. Deus colocou os dois no mesmo patamar e quem era Pedro ou qualquer outra pessoa para resistir a Deus?
 Este relato claro e direto dado por Pedro silenciou toda a oposição. De fato, a graça trabalhou de tal forma nos corações daqueles que se opuseram, que eles não apenas reconheceram que Deus havia concedido aos gentios “arrependimento para a vida”, mas eles glorificaram a Deus por fazer isso. Eles atribuíram o arrependimento ao dom de Deus, assim como fé é atribuída ao Seu dom em Efésios 2:8.
Com o versículo 19, deixamos Pedro e retomamos o fio de Atos 8:1. Nesse meio tempo, tivemos o trabalho evangelístico de Filipe, a conversão de Saulo, que é o apóstolo dos gentios e as atividades de Pedro, culminando em sua abertura formal da porta da fé aos gentios. Descobrimos agora que enquanto a massa de crentes espalhados pela perseguição levava o evangelho com eles, mas pregavam-na apenas aos judeus, havia alguns de Chipre e Cirene que chegaram a Antioquia e começaram a pregar aos gregos, declarando Jesus como Senhor – porque de fato Ele é o Senhor de TODOS. Esses homens, então, começaram a evangelizar os gentios – exatamente a ocupação especial que o Espírito Santo tinha agora em mãos. Como consequência surpreendentes resultados surgiram. A mão de Deus trabalhava com eles, embora fossem homens sem nenhuma nota especial, e uma grande multidão creu e se converteu ao Senhor.
Assim, a primeira igreja gentia foi formada, e o trabalho atingiu rapidamente dimensões que atraem a atenção da igreja em Jerusalém, e os levou a enviar Barnabé para visitá-los. Barnabé veio e imediatamente reconheceu uma verdadeira obra da graça de Deus. Em vez de ficar com ciúmes de que outros, além dele ou dos líderes em Jerusalém, tivessem sido usados ​​por Deus para isso, ele ficou contente e promoveu o trabalho por meio de suas exortações. Ele era um homem de bem e cheio do Espírito Santo e de fé, e por isso não se importava com sua própria reputação, mas com a glória de Cristo. Sua exortação era de que, como haviam começado com fé no Senhor, continuassem a se apegar ao Senhor com propósito de coração. A obra da graça de Deus era o que importava a Barnabé, não importando por quem fosse efetuada. Quão bom teria sido se o espírito de Barnabé tivesse prevalecido durante toda a história da Igreja.
Outra coisa caracterizou este bom homem, Barnabé, foi que ele evidentemente reconheceu suas próprias limitações. Ele sentiu que outro que não ele mesmo seria aquele a ser especialmente usado para instruir esses gentios convertidos, e assim ele partiu para buscar Saulo. Barnabé parece ter sido o exortador e Saulo o mestre, e durante um ano inteiro eles se entregaram a esse trabalho. E em Antioquia, bastante significativo, o nome “Cristão” surgiu pela primeira vez. Deve-se notar como o senhorio de Cristo é enfatizado neste relato do trabalho em Antioquia; e onde Cristo é, de coração sincero e consistente, reconhecido como Senhor, ali os crentes se comportam de tal maneira que fazem com que os espectadores a nomeá-los Cristãos. Ao chegarmos em Atos 26, descobrimos que Agripa conhece a denominação. Em 1 Pedro 4:16, encontramos o Espírito de Deus aceitando a denominação como adequada.
No final deste capítulo, temos permissão para ver como livremente os servos de Deus, como os profetas, se moviam entre as várias igrejas. Os dons, concedidos à Igreja, devem ser usados ​​de maneira universal e não meramente local. E aconteceu que, por meio de Ágabo, um profeta de Jerusalém, a igreja de Antioquia foi informada de uma fome vindoura e tomou medidas com antecedência para atender às necessidades dos santos na Judeia. Assim cedo os crentes gentios tiveram oportunidade de expressar amor pelos seus irmãos judeus.

Nenhum comentário:

Postar um comentário