terça-feira, 28 de maio de 2019

ATOS 3


ATOS 3

Atos é um livro histórico, mas não é mera história. Uma imensa quantidade de serviço apostólico é deixada sem registro, e são mencionados apenas alguns incidentes que servem para mostrar o modo como o Espírito de Deus opera em testemunhar o Jesus ressuscitado e exaltado, e em conduzir os discípulos à plenitude das bênçãos Cristãs. O livro cobre um período de transição desde o início da Igreja em Jerusalém até a reunião completa de entre os gentios.
Este capítulo começa com a cura do homem coxo desde o nascimento que jazia na porta Formosa do templo. Como o próximo capítulo nos diz que ele tinha mais de quarenta anos – o período completo de provação havia sido cumprido nele. O homem não havia sido curado pelo Senhor Jesus nos dias de Sua carne, embora Ele frequentemente ensinasse no templo; mas ele foi curado pelo poder do Seu Nome, agora que Ele foi glorificado no céu. Pedro não possuía nem prata nem ouro, mas ele podia exercer o poder do Nome de Jesus Cristo Nazareno, e o homem foi instantaneamente curado da maneira mais triunfante. Hoje, muitos Cristãos fervorosos estão mais preocupados em colecionar a prata e o ouro para o apoio da obra do Senhor, e o poder do Nome permanece em grande parte sem uso. Isso é para nossa vergonha.
Por causa de sua deformidade, o coxo ficou sujeito a certas restrições de acordo com a lei; agora a graça havia removido sua deformidade e com ela a restrição, de modo que ele pudesse entrar no templo com liberdade; e apegando-se aos apóstolos não havia como esconder aqueles que haviam sido os instrumentos de sua libertação. Isso deu a Pedro a oportunidade de testemunho. Ele imediatamente colocou a si mesmo e João fora da cena, a fim de que o glorificado Jesus pudesse preenchê-la.
A ousadia de Pedro é notável. Ele acusou o povo de negar “o Santo e o Justo”, embora ele mesmo, poucas semanas antes, tivesse negado seu Senhor. Eles tiveram diante deles “o Príncipe [Autor – ARA] da vida” e “um homicida”, isso é, um destruidor de vida. Eles mataram o Primeiro e escolheram o segundo; todavia, aqu’Ele a Quem mataram, Deus O ressuscitou dentre os mortos, e assim eles foram pegos em flagrante rebelião contra Deus. Além disso, esta “perfeita saúde” foi concedida ao homem coxo no poder do Seu Nome, por fé. Eles não podiam ver a glória de Jesus no céu, mas eles podiam ver o milagre feito em Seu Nome na Terra. A saúde na Terra estava ligada à glória no céu.
O versículo 17 mostra que Deus estava preparado para tratar o terrível crime deles como um pecado de ignorância – como um homicídio não intencional, para o qual é fornecida uma cidade de refúgio, e não como um homicídio voluntarioso. Esta foi uma resposta direta à oração na cruz: “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem”. Pelo ato pecaminoso deles, Deus havia cumprido Seu propósito quanto ao sofrimento de Cristo e, portanto, ainda havia uma oferta de misericórdia para eles como nação. Aquela oferta que Pedro fez, conforme registrado nos versículos 19-26 do nosso capítulo. Tudo dependia de seu arrependimento e conversão.
Não podemos dizer se Isaías 35:6-7 estava na mente de Pedro enquanto ele falava sobre “os tempos de refrigério” - mas parece que deve ter estado na mente do Espírito que estava falando por meio dele. Quando “o coxo” saltar “como cervos”, então “águas arrebentarão no deserto, e torrentes no ermo”. Mas todo esse refrigério predito por Isaías é para “os resgatados do Senhor” (Is 35:10) e para nenhum outro. Por isso, somente o arrependimento e uma conversão completa trariam esses tempos; se isso acontecesse, Deus enviaria Jesus Cristo para fazer com que essas coisas se cumprissem.
O termo “restauração de todas as coisas” (ARA) tem sido mal utilizado a serviço da ideia de que Deus vai finalmente salvar e restaurar a todos – até o próprio diabo. Mas a passagem diz: “restauração de todas as coisas, das quais Deus falou ... (AIBB). São coisas, não pessoas; e coisas as quais desde o princípio Ele havia falado pelos Seus profetas. Deus vai cumprir todas as palavras e estabelecer em Cristo tudo o que foi derrubado pelas mãos dos homens. Esse tempo não virá até que o próprio Jesus venha, e como Ele é o Profeta de Quem Moisés falou, todas as coisas serão trazidas à uma solução quando Ele vier, e todo aquele que O desconsiderar será destruído dentre o povo. Haverá um tempo de bênção estabelecido, como não houve desde o princípio do mundo.

Com estas palavras, então, Pedro fez a definida oferta da parte de Deus de que, se neste momento houvesse arrependimento e conversão à Deus em uma abrangência nacional, Jesus retornaria e estabeleceria os tempos preditos de bênção. No último versículo do capítulo, ele também acrescentou que, qualquer que fosse a resposta deles, Deus havia levantado Jesus para abençoá-los ao desviá-los de seus pecados. Essas duas coisas que todos precisamos: primeiro, o apagamento judicial de nossos pecados; segundo, sermos desviados dos nossos pecados, de modo que eles percam o poder sobre nós.

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