terça-feira, 28 de maio de 2019

ATOS 11


ATOS 11


Este capítulo abre com a agitação que foi criada em Jerusalém por esses acontecimentos em Cesareia. Aqueles que tinham fortes preconceitos judaicos contenderam com Pedro sobre suas ações. Isso levou Pedro a repassar o assunto desde o princípio e apresentá-lo em ordem, para que todos pudessem ver que a coisa era manifestamente de Deus. É notável que o Espírito de Deus tenha pensado que seria bom registrar o próprio relato de Pedro, bem como o que Lucas nos deu como historiador, no capítulo anterior. Isso enfatiza a importância do que aconteceu de forma tão privada na casa do oficial romano. Na verdade, foi um evento que marcou época.
Na narrativa de Pedro, naturalmente temos o lado dele da história, e não o de Cornélio. No entanto, ele nos fornece um detalhe sobre a mensagem do anjo a Cornélio, que não é mencionado no capítulo anterior. Pedro deveria lhe dizer “palavras”, pelas quais ele e toda a sua casa deveriam ser “salvos”. A lei exige obras dos homens: o evangelho traz palavras aos homens, e essas palavras os levam à salvação, se crerem. Note também que eles não foram “salvos” até que ouviram o evangelho, e creram nele; embora sem dúvida houvesse uma obra de Deus no coração dessas pessoas, que as levou a buscá-Lo.
Nos versículos 15 e 16, vemos que Pedro reconheceu, no dom do Espírito a Cornélio, o batismo do Espírito, suplementar àquele que fora realizado em Jerusalém no princípio. Era Deus fazendo aos gentios crentes o que Ele havia feito anteriormente aos judeus crentes. Deus colocou os dois no mesmo patamar e quem era Pedro ou qualquer outra pessoa para resistir a Deus?
 Este relato claro e direto dado por Pedro silenciou toda a oposição. De fato, a graça trabalhou de tal forma nos corações daqueles que se opuseram, que eles não apenas reconheceram que Deus havia concedido aos gentios “arrependimento para a vida”, mas eles glorificaram a Deus por fazer isso. Eles atribuíram o arrependimento ao dom de Deus, assim como fé é atribuída ao Seu dom em Efésios 2:8.
Com o versículo 19, deixamos Pedro e retomamos o fio de Atos 8:1. Nesse meio tempo, tivemos o trabalho evangelístico de Filipe, a conversão de Saulo, que é o apóstolo dos gentios e as atividades de Pedro, culminando em sua abertura formal da porta da fé aos gentios. Descobrimos agora que enquanto a massa de crentes espalhados pela perseguição levava o evangelho com eles, mas pregavam-na apenas aos judeus, havia alguns de Chipre e Cirene que chegaram a Antioquia e começaram a pregar aos gregos, declarando Jesus como Senhor – porque de fato Ele é o Senhor de TODOS. Esses homens, então, começaram a evangelizar os gentios – exatamente a ocupação especial que o Espírito Santo tinha agora em mãos. Como consequência surpreendentes resultados surgiram. A mão de Deus trabalhava com eles, embora fossem homens sem nenhuma nota especial, e uma grande multidão creu e se converteu ao Senhor.
Assim, a primeira igreja gentia foi formada, e o trabalho atingiu rapidamente dimensões que atraem a atenção da igreja em Jerusalém, e os levou a enviar Barnabé para visitá-los. Barnabé veio e imediatamente reconheceu uma verdadeira obra da graça de Deus. Em vez de ficar com ciúmes de que outros, além dele ou dos líderes em Jerusalém, tivessem sido usados ​​por Deus para isso, ele ficou contente e promoveu o trabalho por meio de suas exortações. Ele era um homem de bem e cheio do Espírito Santo e de fé, e por isso não se importava com sua própria reputação, mas com a glória de Cristo. Sua exortação era de que, como haviam começado com fé no Senhor, continuassem a se apegar ao Senhor com propósito de coração. A obra da graça de Deus era o que importava a Barnabé, não importando por quem fosse efetuada. Quão bom teria sido se o espírito de Barnabé tivesse prevalecido durante toda a história da Igreja.
Outra coisa caracterizou este bom homem, Barnabé, foi que ele evidentemente reconheceu suas próprias limitações. Ele sentiu que outro que não ele mesmo seria aquele a ser especialmente usado para instruir esses gentios convertidos, e assim ele partiu para buscar Saulo. Barnabé parece ter sido o exortador e Saulo o mestre, e durante um ano inteiro eles se entregaram a esse trabalho. E em Antioquia, bastante significativo, o nome “Cristão” surgiu pela primeira vez. Deve-se notar como o senhorio de Cristo é enfatizado neste relato do trabalho em Antioquia; e onde Cristo é, de coração sincero e consistente, reconhecido como Senhor, ali os crentes se comportam de tal maneira que fazem com que os espectadores a nomeá-los Cristãos. Ao chegarmos em Atos 26, descobrimos que Agripa conhece a denominação. Em 1 Pedro 4:16, encontramos o Espírito de Deus aceitando a denominação como adequada.
No final deste capítulo, temos permissão para ver como livremente os servos de Deus, como os profetas, se moviam entre as várias igrejas. Os dons, concedidos à Igreja, devem ser usados ​​de maneira universal e não meramente local. E aconteceu que, por meio de Ágabo, um profeta de Jerusalém, a igreja de Antioquia foi informada de uma fome vindoura e tomou medidas com antecedência para atender às necessidades dos santos na Judeia. Assim cedo os crentes gentios tiveram oportunidade de expressar amor pelos seus irmãos judeus.

ATOS 10


ATOS 10


A primeira coisa no capítulo é o ministério angélico a Cornélio, pelo qual ele é direcionado a enviar homens a Jope e chamar a Pedro. Nenhuma dificuldade surgiu aqui, pois Cornélio imediatamente fez o que lhe foi dito. O anjo, como notamos, não encurtou uma longa história dizendo por si mesmo a mensagem a Cornélio. A mensagem da graça só pode ser corretamente contada por um homem que ele mesmo seja um objeto da graça. Então, Pedro deve ser chamado. Deus tinha respeito pelas orações e esmolas de Cornélio, pois expressavam a sincera busca de seu coração por Deus. Se, depois de ouvir o evangelho, ele tivesse ignorado sua mensagem e continuado com suas orações e esmolas, teria sido um assunto diferente. Então elas não teriam “subido para memória diante de Deus”.
Em seguida vem o relato dos tratamentos preliminares de Deus com Pedro por meio de um êxtase. Havia mais dificuldade aqui, pois ele ainda estava preso aos seus pensamentos judaicos, e destes ele tinha que ser libertado. Os ouvintes estavam prontos, mas o pregador tinha que ser aprontado para partir. O registro é que ele “subiu ao terraço para orar”, consequentemente ele estava na atitude correta para receber a orientação necessária. Não havia apenas um que era buscador em oração, mas também um que era servidor em oração. Daí resultados notáveis aconteceram.
O grande lençol que Pedro viu descendo de um céu aberto e que continha em suas dobras todos os tipos de criaturas limpas e impuras, foi recebido acima no céu. Pedro foi convidado a satisfazer sua fome tomando dele, e ele poderia ter feito isso selecionando um animal limpo para sua comida. No entanto, eles estavam todos misturados, então Pedro recusou. Foi-lhe dito, no entanto, que Deus poderia purificar o impuro: que, na verdade, Ele o fizera e o que Ele limpara não era para chamar de comum. Isso aconteceu três vezes, de modo que o significado disso pôde aprofundar na mente de Pedro. Podemos ver na visão uma figura apta do evangelho, que vem de um céu aberto, que abraça em suas dobras uma multidão, entre as quais se encontram muitos gentios, que eram cerimonialmente impuros; mas todos eles purificados pela graça e finalmente levados para o céu.
A princípio, Pedro duvidou do significado de tudo isso, pois preconceitos antigos morrem lentamente; mas, enquanto continuava a ponderar, a situação foi esclarecida com a chegada dos mensageiros de Cornélio. O Espírito instruiu-o claramente a ir com eles e, assim, levar o evangelho ao romano que buscava. O “impuro” gentio deveria ser salvo.
Em Atos 8, vimos com que precisão Deus planejou a interceptação da carruagem etíope por Filipe. Agora vemos os servos de Cornélio chegando no preciso momento para assentar as instruções divinas à mente de Pedro. A coisa era de Deus, e Pedro foi irresistivelmente levado adiante.
Chegando a Cesareia, tudo estava pronto na casa de Cornélio. Ele também estava consciente de que a coisa era de Deus, e assim ele não teve nenhuma dúvida quanto a Pedro vindo, e ele convocou um número de pessoas que, como ele, buscavam direção de Deus. O versículo 25 nos revela o estado de espírito reverente e submisso que marcou Cornélio. Ele levou sua reverência longe demais; ainda que não fosse pouca coisa que o arrogante romano caísse aos pés de um humilde pescador galileu.
Pedro encontrou-se agora na presença de um grande número de gentios, e suas palavras de abertura a Cornélio mostram como ele aceitou a instrução transmitida a ele pela visão. A resposta de Cornélio revela como ele simplesmente acreditou na mensagem do anjo e prontamente obedeceu a ela. Ele havia aceitado a gentil repreensão de Pedro quando afirmou: “Eu também sou homem, embora soubesse que Deus estava trabalhando e que a reunião seria realizada como que em Sua presença. Ele, portanto, colocou a si mesmo e toda a audiência como “aqui na presença de Deus” (ARA), pronto para ouvir do pregador “tudo o que te foi ordenado por Deus”. Eles estavam prontos para ouvir tudo. Muitas pessoas não se importam em ouvir coisas agradáveis ​​e reconfortantes, enquanto se opõem aos anúncios mais severos que o evangelho faz.
Pedro abriu seu discurso com mais um reconhecimento de que agora ele percebia que Deus teria respeito a toda alma que sinceramente O buscasse, de acordo com a luz que ele pudesse ter, não importando a que nação ele pertencesse. A graça de Deus estava agora fluindo ricamente para além das fronteiras de Israel, embora a palavra que Deus enviara em conexão com Jesus Cristo, pessoalmente presente entre os homens, tivesse sido dirigida apenas aos filhos de Israel. Ainda assim, aquela palavra havia sido bem publicada na Galileia e na Judeia, e Cornélio e seus amigos sabiam disso, sendo residentes naquelas partes. As coisas que aconteceram na vida e na morte de Jesus Nazareno eram bem conhecidas por eles.
Então Pedro poderia dizer: “Esta palavra, vós bem sabeis. Havia, no entanto, coisas que eles não sabiam; e são esses assuntos essenciais que ele passou a desvendar. A morte de Jesus foi um espetáculo público e todos sabiam disso. Sua ressurreição havia sido testemunhada por poucos e o relato comum a negava. A negação tinha o apoio das autoridades religiosas, como aprendemos em Mateus 28:11-15. Por isso Pedro agora anunciou a extraordinária notícia de que o crucificado Jesus havia sido ressuscitado de entre os mortos por um ato de Deus, que ele e seus companheiros apóstolos realmente O viram, comeram com Ele, e receberam d’Ele uma ordem sobre o que deveriam pregar aos outros. Nos versículos 42 e 43, Pedro anunciou o que lhes foi ordenado fazer.
Esses versículos nos dão os dois temas de sua pregação, dois anúncios que devem ter chegado com grande poder a seus ouvintes gentios. Primeiro, o Jesus, a Quem os homens crucificaram, é ordenado por Deus para ser o Juiz tanto dos vivos como dos mortos. Sua crucificação foi um ato de judeus e gentios. Cornélio devia estar familiarizado com os detalhes, e conhecia alguns que participaram dela, se é que, na verdade, ele mesmo não estivesse envolvido. Ele estava informado de Sua vergonha e desonra e aparente fracasso. Bem, o desprezado Jesus deve vir no devido tempo como o Juiz universal. O destino de todos os homens está em Suas mãos. Que declaração surpreendente! Calculado para destruir todos os adversários com terror!
Segundo, antes que este Juiz Se assente no trono do julgamento, todos os profetas testificam que há perdão oferecido em Seu nome. Esse perdão é recebido por “todo aquele que n’Ele crer”. Perdão por meio do Nome do Juiz! Poderia alguma coisa ser mais estável e satisfatória do que isso? O Juiz Se tornou o Fiador para os homens pecadores e, portanto, o crente n’Ele recebe a remissão de pecados, antes que o dia amanheça, quando serão realizados os grandes julgamentos para os vivos e para os mortos.
Cornélio e seus amigos creram. A fé estava presente em seus corações antes mesmo de ouvirem a mensagem. Ao ouvi-la, a fé deles imediatamente a abraçou, e Deus sinalizou esse fato instantaneamente concedendo-lhes o dom do Espírito Santo. Sua fé saltou como o relâmpago e foi imediatamente seguida pelo estrondo do Espírito Santo. O Espírito foi derramado sobre esses gentios crentes, assim como Ele havia sido no princípio sobre os judeus crentes, seguido com o sinal das línguas. Os dois casos eram idênticos, e desta forma “os fieis que eram da circuncisão” que tinham vindo com Pedro tiveram todas suas dúvidas dissipadas. Não havia nada a fazer a não ser batizar esses gentios. Se Deus os havia batizado pelo Espírito no um só corpo, os homens não poderiam negar a eles a entrada entre os crentes na Terra pelo batismo com água.
Existe exatamente essa diferença entre Atos 2 e este capítulo, que lá os que perguntavam tiveram que se submeter primeiro ao batismo com água, e então deveriam receber a promessa do Espírito. Eles tiveram que cortar seus elos com a massa rebelde de sua nação antes de serem abençoados. Aqui Deus deu o Espírito primeiro, pois se Ele não tivesse feito isso, os preconceitos judaicos teriam levantado um muro contra o batismo e a recepção deles. Assim, Deus Se adiantou a eles: na verdade, todo o capítulo nos mostra como essa abertura da porta da fé para os gentios foi o movimento da mão de Deus no cumprimento de Seu propósito. Também nos mostra que nenhuma lei rígida pode ser estabelecida quanto à recepção do Espírito. É sempre o resultado de fé, mas pode ser com ou sem o batismo, com ou sem a imposição de mãos apostólicas – veja Atos 19:6.

ATOS 9


ATOS 9


Saulo estava ainda cheio de zelo furioso e perseguidor quando o Senhor o interceptou no caminho de Damasco, e Se revelou a ele em um resplendor de luz celestial, que brilhou não apenas ao redor dele, mas também em sua consciência. Podemos discernir na narrativa as características essenciais que marcam toda conversão verdadeira. Havia a luz que penetra na consciência, a revelação do Senhor Jesus ao coração, a convicção do pecado nas palavras: “Por que Me persegues?” e o colapso de toda a oposição e importância própria nas humildes palavras: “Senhor, que queres que eu faça?” (AIBB) Quando Jesus é descoberto, quando a consciência é convencida do pecado, quando há humilde submissão a Jesus como Senhor, então há uma conversão verdadeira, embora haja muito que a alma ainda precise aprender. Os tratamentos do Senhor eram intensamente pessoais para Saulo, pois seus companheiros, embora maravilhados, não entendiam nada do que havia acontecido.
Por essa tremenda revelação do Senhor, Saulo estava literalmente cego para o mundo. Levado para Damasco, ele passou três dias que nunca esqueceria; dias em que o significado da revelação aprofundou em sua alma. Estando cego, nada distraiu sua mente, e seus pensamentos nem foram desviados para comida ou bebida. Como preliminar ao seu serviço, Ezequiel sentou-se entre os cativos em Quebar e ficou “ali sete dias, pasmado no meio deles” (Ez 3:15). Saulo ficou espantado em Damasco por apenas três dias, mas suas experiências foram de uma ordem muito mais profunda. Podemos ter um vislumbre delas lendo 1 Timóteo 1:12-17. Ele ficou pasmado com sua própria culpa colossal como o “principal” dos pecadores, e ainda mais com a excedente abundância da graça do Senhor, de modo que ele obteve misericórdia. Naqueles três dias ele evidentemente passou por um processo espiritual de morte e ressurreição. As fundações foram colocadas em sua alma daquilo que mais tarde ele expressou assim: “Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim” (Gl 2:20).
Durante esses três dias Saulo teve uma visão de um homem chamado Ananias entrando e colocando as mãos sobre ele para que pudesse receber sua visão, e no final desses dias a visão se materializou. Ananias chegou, fazendo o que lhe foi dito, e dizendo a Saulo que ele era apenas o mensageiro do Senhor – Jesus mesmo, e que ele não apenas iria receber sua visão, mas que seria cheio do Espírito Santo. Nesse tempo Saulo era um crente, pois o Espírito é dado apenas para os crentes.
O trabalho essencial na alma de Saulo foi realizado, um servo humano é usado pelo Senhor. Duas coisas sobre esse servo são dignas de nota. Primeiro, ele era apenas “um certo discípulo”, evidentemente sem destaque especial. Era apropriado que o único homem que de alguma forma ajudasse Saulo fosse muito humilde. Saulo tinha sido muito proeminente como adversário e logo seria muito proeminente como servo do Senhor. Ele foi ajudado por um discípulo que era indistinto e reservado, mas que estava perto o suficiente do Senhor para receber Suas instruções e conversar com Ele. Muitas vezes é assim nos caminhos de Deus. Em segundo lugar, Ananias habitava em Damasco, e assim foi um daqueles contra os quais Saulo estava respirando ameaças e mortes. Então, um daqueles a quem Saulo teria matado foi enviado para chamá-lo, “irmão Saulo”, para abrir os olhos, e para que ele pudesse ser cheio do Espírito Santo. A maldade de Saulo era correspondida com bondade desta maneira constrangedora.
Os dias de cegueira de Saulo, tanto física como mental, estavam agora terminados: ele foi batizado em Nome daqu’Ele que antes desprezava e odiava e se relacionava com as próprias pessoas que ele pensara destruir, pois ele havia se tornado um deles. Ele havia sido chamado como “um vaso escolhido”, de maneira tão direta que seu serviço começou imediatamente. Jesus havia sido revelado a ele como o Cristo, e como o Filho de Deus, então ele O pregou assim e provou pelas Escrituras que Ele era o Cristo, para confundir seus antigos amigos. Os amigos, porém, rapidamente se tornaram seus amargos inimigos e tomaram conselho em matá-lo, mesmo que não muito antes ele ter pensado em matar os santos. Ele havia planejado entrar em Damasco com certa dose de pompa como aquele que vinha com plenos poderes da hierarquia em Jerusalém. Na verdade, ele entrou como um homem humilde e cego; e a deixou de maneira constrangedora – encolhido num cesto, como um fugitivo do ódio judaico.
Desde o início, Saulo teve que provar por si mesmo as mesmas coisas que estivera infligindo aos outros. Chegando de volta a Jerusalém, os discípulos desconfiaram dele, como era muito natural, e a intervenção de Barnabé era necessária antes que eles o recebessem. Barnabé pôde atestar a intervenção do Senhor e a conversão de Saulo, e agiu como uma carta de recomendação dele. Em Jerusalém, Saulo testemunhou corajosamente e entrou em conflito com os gregos, possivelmente os mesmos homens que tinham sido tão responsáveis ​​em relação à morte de Estêvão. Agora eles matariam o homem que segurou as roupas daqueles que mataram Estêvão. Em tudo isso podemos ver o funcionamento do governo de Deus. O fato de o Senhor ter demonstrado uma misericórdia tão surpreendente em sua conversão, não o eximiu de colher dessa maneira governamental aquilo que ele havia semeado.
Ameaçado novamente de morte, Saulo teve que partir para Tarso, sua cidade natal. Pode-se imaginar de onde veio aquela visita à Arábia, a qual ele escreve em Gálatas 1:17. Achamos que foi provavelmente durante os “muitos dias”, dos quais fala o versículo 23 do nosso capítulo, pois ele nos diz que retornou “outra vez a Damasco”. Se isto é assim, a fuga de Damasco sobre o muro ocorreu após seu retorno da Arábia. Seja como for, foi a sua partida para a distante Tarso, que inaugurou o período de descanso e edificação para as igrejas, o que levou a uma multiplicação de seus números.
No versículo 32, voltamos às atividades de Pedro, para que possamos ver que o Espírito de Deus não deixou de trabalhar por meio dele enquanto trabalhava tão poderosamente em outros lugares. Houve, em primeiro lugar, um grande trabalho em Lída por meio do levantamento do homem paralisado. Então, em Jope, Pedro foi usado para trazer Dorcas de volta à vida, e isso levou muitos naquela cidade a crer no Senhor. Isso também levou Pedro a ficar muito tempo na casa de Simão, o curtidor.
Enquanto isso, também o Espírito de Deus estivera em ação no coração de Cornélio, o centurião romano, o qual era marcado como fruto da piedade e de temor de Deus, com esmola e oração a Ele. Agora chegara a hora de trazer este homem e seus amigos de mesma opinião para a luz do evangelho. Ora a Pedro foram dadas “as chaves do reino dos céus” (Mt 16:19); assim como ele usou as chaves no dia de Pentecostes para admitir a eleição entre os judeus, agora é sua vez de admitir esta eleição entre os gentios. Este capítulo relatou como Deus chamou e converteu o homem que seria o apóstolo dos gentios, o próximo conta como Pedro foi libertado de seus preconceitos e levou a abrir a porta da fé aos gentios, abrindo assim o caminho para o ministério subsequente do apóstolo Paulo.

ATOS 8


ATOS 8

Não satisfeitos com a morte de Estêvão, os líderes religiosos em Jerusalém neste momento lançaram a primeira grande perseguição contra a Igreja, e nisso Saulo teve uma participação proeminente. Ele assolou a Igreja como um lobo, invadindo a privacidade das casas para prender suas vítimas. Como resultado, os discípulos foram dispersos pelas províncias da Judeia e Samaria. Ora, de acordo com as palavras do Senhor aos Seus discípulos em Atos 1:8, essas províncias deveriam vir após Jerusalém, e antes que sua missão se estendesse até os confins da Terra; Então, novamente, foi um caso de Deus fazer que a ira do homem servisse ao Seu propósito. No entanto, notavelmente, os apóstolos, a quem a comissão foi dada, foram as exceções à regra. Eles ainda permaneciam em Jerusalém.
Sendo assim, a narrativa deixa de noticiar os atos dos apóstolos e continua com aqueles que foram evangelizar em toda parte, e particularmente com Filipe, outro dos sete. Ele foi para a cidade de Samaria e pregou; o poder de Deus estava com ele e as maravilhosas bênçãos se seguiram, como sempre acontece quando um servo de Deus se move na linha direta do propósito de Deus. A semeadura entre os samaritanos havia sido feita pelo próprio Senhor, conforme registrado em João 4. Então muitos disseram não apenas: “não é este o Cristo?” (Jo 4:29), mas também: “Este é realmente o Cristo” (Jo 4:42). Ora Filipe, vindo a eles, “lhes pregava a Cristo”, como aqu’Ele que havia morrido, ressuscitado e agora estava em glória; Como consequência, um grande momento de colheita aconteceu. Houve um grande gozo naquela cidade.
Sendo recebida a mensagem de Filipe, ele começou a pregar entre eles “acerca do reino de Deus”, e isso levou multidões a serem batizadas. Entre eles estava Simão, o mágico, que também “creu” e foi batizado. Ele se achou, como mostra o versículo 7, na presença de um poder muito maior que os espíritos impuros, com os quais ele anteriormente tinha negócio.
A coisa notável sobre a obra em Samaria era que, embora muitos cressem no evangelho e fossem batizados, nenhum deles recebeu o dom do Espírito Santo. A ordem que Pedro propôs em Atos 2:38 não foi observada no caso dos samaritanos. Deus assim ordenou, acreditamos, por uma razão especial. Houve rivalidade religiosa entre Jerusalém e Samaria, como João 4 testemunha, e, portanto, deve ter havido uma forte tendência a levar esse antigo preconceito para as novas condições. Isso significaria uma igreja samaritana independente, se não em rivalidade, de uma igreja em Jerusalém; e assim qualquer expressão prática do “um só corpo” teria sido posta em perigo mesmo antes que a verdade fosse revelada. E assim, eles só receberam o Espírito quando Pedro e João tinham descido e colocado as mãos sobre eles, e assim formalmente identificando os apóstolos e a igreja em Jerusalém com esses novos crentes em Samaria. A unidade da Igreja foi preservada.
Quando o Espírito Santo foi dado, foi desenhada uma linha que demarcava aquilo que era verdadeiro daquilo que era falso. Nem todos os batizados se mostram verdadeiros, mas o Espirito só é dado àqueles que são verdadeiros. Por isso, em Samaria, o batizado Simão ficou sem o Espírito Santo. Os versículos 12 e 16 nos mostram que o batizado professa a entrada no reino de Deus e toma sobre si o nome do Senhor Jesus, como seu novo Senhor, assim como o antigo Israel foi batizado a Moisés – ver 1 Coríntios 10:2. Simão se submeteu a tudo isso, no entanto, quando o teste veio, a realidade não foi encontrada nele. Ele nunca teria dito: “Dai-me também a mim esse poder”, se ele já o possuísse. Ele sequer entendeu isso, como provado por sua oferta de dinheiro.
Deve ter sido um grande golpe para Simão, que anteriormente dominou o povo de Samaria por seus feitos sobrenaturais, encontrar uma multidão agora possuindo um poder, na presença do qual seus próprios atos sombrios eram como nada. Eles possuíam o dom do Espírito Santo, e ele havia sido deixado de fora. Isso o levou a se expor completamente oferecendo dinheiro aos apóstolos. Ele desejava comprar não apenas o Espírito para si, mas também o poder de transmiti-Lo aos outros pela imposição de suas mãos. Ele sentia, sem dúvida, que se tal poder pudesse ser seu, qualquer dinheiro aplicado em sua compra seria um investimento muito lucrativo.
Esta é a terceira revolta registrada do mal dentro do círculo daqueles que foram batizados: primeiro, Ananias; segundo, o murmúrio das viúvas negligenciadas; terceiro, Simão, o mágico. Em cada caso, você percebe, o dinheiro estava envolvido. Neste terceiro caso, vemos o começo do esforço satânico para transformar a fé pura em Cristo em uma religião que gera dinheiro. Em Samaria, era apenas um córrego fluindo por meio de um homem. Logo aumentou em uma inundação, varrendo imensas riquezas para Roma. No sistema religioso que tem seu centro lá, tudo o que é suposto ser um dom de Deus pode ser comprado com dinheiro.
Pedro não poupou Simão, o mágico. Ele disse claramente que esse pensamento atroz dele significava que seu coração não estava correto para com Deus, que ele estava inteiramente fora da verdadeira fé em Cristo e que tanto ele como seu dinheiro pereceriam. As palavras de Pedro certamente foram proféticas da desgraça que, finalmente, dominaria o grande sistema eclesiástico, que por meio dos séculos transformou o Cristianismo na “religião do dinheiro”.
Houve um raio de esperança para Simão, que Pedro manteve para ele, no versículo 22. Ele poderia se arrepender e, portanto, o perdão para ele ainda era uma possibilidade. Observe como o próprio propósito de seu coração é caracterizado como maldade, sem se referir às suas palavras; uma ilustração disso, da afirmação de que “o propósito do tolo é pecado” (Pv 24:9). Estando ainda em escravidão ao dinheiro, ele ainda estava em laço de iniquidade e amargura. O amor ao dinheiro é “a raiz de toda a espécie de males”; isto é, de todo tipo de mal, uma grande parte da amargura que enche a Terra, brota dele. Pedro disse a Simão para orar a Deus; mas a partir de sua resposta, registrada no versículo 24, parece que ele não tinha o arrependimento que o levaria a orar por si mesmo, e desejava ter certeza da intercessão de Pedro em seu favor sem pagar por isso. Multidões desde aquele dia pagaram quantias consideráveis ​​na esperança de obter a intercessão de Pedro!
Os apóstolos demoraram a sair de Jerusalém, como nos disse o versículo 1 de nosso capítulo. Filipe tinha sido o pioneiro em Samaria, mas agora que Pedro e João haviam descido, eles ainda ministravam a Palavra aos convertidos, e também evangelizavam em muitas aldeias samaritanas em sua jornada de retorno. No entanto, havia mais trabalho pioneiro a ser feito e, quanto a isso, o anjo do Senhor não falou aos apóstolos, mas a Filipe.
A obediência pronta e simples de Filipe às instruções do Senhor é muito impressionante. Foi-lhe dito que deixasse o lugar dos seus trabalhos de sucesso e partisse para a região desértica a sudoeste de Jerusalém. O registro é o seguinte: “Levante-te e vai”; ele “levantou-se e foi”, embora seus irmãos possam tê-lo considerado equivocado e excêntrico ao fazê-lo. Se ele não sabia, ao começar, o objeto de sua jornada, ele logo descobriu, pois seus passos foram guiados de modo que ele deveria interceptar um importante oficial etíope que buscava a Deus. Este homem havia feito uma jornada penosa a Jerusalém, de acordo com a pouca luz que ele tinha. Ele chegou lá tarde demais para obter qualquer benefício do templo, pois ele não era mais reconhecido como a casa de Deus. Ele estava muito atrasado para encontrar o Senhor, pois Ele havia sido rejeitado e ido para o céu. Ele, no entanto, conseguiu um livro importante das Escrituras do Velho Testamento, e estava em sua jornada de retorno precisando apenas de uma coisa a mais.
Era aquela coisa a mais que Filipe foi enviado para suprir, pois Deus não permitiria que um etíope estendesse as mãos a Ele sem obter uma resposta. Ele precisava da luz do Novo Testamento, então, como o Novo Testamento ainda não havia sido escrito, Filipe foi enviado com a mensagem do Novo Testamento. O Espírito de Deus estava no controle, portanto, tudo se moveu para o momento exato com suave perfeição. O etíope tinha acabado de chegar ao meio de Isaías 53, quando Filipe se dirige a ele, e sua mente aguçada estava cheia da pergunta que esse capítulo inevitavelmente suscita nos pensamentos de todo leitor inteligente – O profeta fala de si mesmo, ou “dalgum outro?” foi a pergunta do etíope. Filipe achou esse texto, e pregou-lhe “JESUS”.
Tudo o que Filipe contou ao etíope é resumido para nós por Lucas nesse Santo Nome, e isso é facilmente entendido quando nos lembramos de como Mateus 1:21 nos introduz a ele e ao seu significado. Tudo o que o homem precisava – a luz e a salvação – foi encontrado em JESUS; e enquanto Filipe falava o eunuco achou! Ora, Isaías 53 apresenta Jesus como aqu’Ele que morreu uma morte expiatória e substitutiva; aqu’Ele cuja vida foi tirada da Terra, e o etíope, que evidentemente conhecia algo do batismo e seu significado, desejou ser identificado com Ele em Sua morte. No batismo somos “identificados com Ele à semelhança de Sua morte” (Rm 6:5 – JND), e ele sentiu que nada o impedia de ser identificado dessa maneira com aqu’Ele em Quem ele agora cria. O versículo 37 deve ser omitido por falta de qualquer autoridade real de manuscrito: mesmo assim, nada impedia, embora ele não fosse judeu, e Filipe o batizou.
Desta forma, o primeiro gentio foi alcançado e batizado e enviado em seu caminho de volta ao seu próprio povo com o conhecimento do Salvador. Filipe desapareceu da vista dele mais depressa do que se apresentara, mas, como ele não havia crido em Filipe, mas em Jesus, isso não o perturbava e 

ATOS 7


ATOS 7


Sua história começou com Deus chamando Abraão de seu antigo lugar e associações, para que ele pudesse ir para a terra da escolha de Deus e ali ser feito uma grande nação. Isso é mostrado em Gênesis 12:1-3, e foi um evento que marcava uma época, como é evidente quando notamos que um período de tempo mais longo é condensado em Gênesis 1-11, do que o período expandido para preencher todo o resto do Velho Testamento. O chamamento de Abraão marcou um novo início nos caminhos de Deus com a Terra, e com esse novo início, Estêvão começou seu discurso.
Gênesis nos diz que Jeová apareceu a Abraão, mas Estêvão o conheceu e falou d’Ele em uma nova luz. O Jeová que apareceu a Abraão era o Deus de glória, o Deus de cenas muito mais gloriosas do que as que podem ser proporcionadas por este mundo, mesmo no seu melhor e mais belo. Isto é, sem dúvida, o que explica a fé de Abraão abraçando as coisas celestiais como é falado em Hebreus 11:10-16. Chamado pelo Deus de glória, ele pelo menos teve vislumbres da cidade e do país onde a glória habita. Nesta alta nota, Estevão começou e terminou, como sabemos, com Jesus na glória de Deus.
A principal tendência de seu notável discurso era evidentemente trazer ao povo a convicção do modo como seus pais e eles tinham sido culpados de resistir às operações de Deus por Seu Espírito durante toda a sua história. Ele se concentra particularmente no que aconteceu quando Deus havia levantado servos para instituir algo novo em sua história. Houve uma série de novos começos, de maior ou menor importância. O primeiro havia sido com Abraão, mas depois seguiram José, Moisés, Josué, Davi e Salomão; todos a quem ele se refere, embora dando muito mais atenção aos três primeiros do que aos três seguintes. A nenhum destes eles realmente corresponderam, e José e Moisés foram definitivamente rejeitados logo de início. Ele termina com a sétima intervenção, que colocou todas as anteriores na penumbra – a vinda do Justo – e a Ele eles tinham acabado de matar.
Estêvão deixou bem claro que os líderes judeus de seus dias estavam apenas repetindo, de forma ainda pior, o pecado de seus antepassados. Os patriarcas venderam José ao Egito porque foram “movidos de inveja”; e Mateus registra os esforços de Pilatos para libertar Jesus, “porque sabia que por inveja O haviam entregado”. Assim também foi com Moisés; as palavras que fizeram com que ele fugisse: “Quem te pôs por príncipe e juiz sobre nós?” (Êx 2:14 – ARA) foi proferida por um de seus irmãos e não por um egípcio. A rejeição veio de seu próprio povo e não dos de fora. Assim também foi com Jesus.
Êxodo 2 não nos dá a percepção da reputação e maestria de Moisés no final de seus primeiros quarenta anos como é dado no versículo 22 do nosso capítulo. Ele era um homem de conhecimento, oratória e ação, quando sentiu em seu coração identificar-se com seu próprio povo, que era o povo de Deus. Tendo dado esse passo, deve ter chegado a ele como um choque terrível o ser recusado por eles. Diante daquelas palavras, ele fugiu. Ele não temeu a ira do rei, como Hebreus 11:27 nos diz, mas ele não suportou essa recusa. Ele havia agido na consciência de seus próprios poderes excepcionais, e agora precisava de quarenta anos de instrução divina no lado de trás do deserto para aprender que seus poderes não eram nada e que o poder de Deus era tudo. Em tudo isso, Moisés está em contraste com o nosso Senhor, embora ele O tipifique na rejeição que teve que suportar.
Este Moisés foi novamente rejeitado pelos pais deles, quando ele os tirou do cativeiro levando-os ao deserto. Ao rejeitá-lo, eles realmente rejeitaram a Jeová, e se voltaram para a idolatria de um tipo muito grosseiro. Mesmo no deserto, e não somente quando na terra, eles foram negligentes com os sacrifícios de Jeová e se adulteraram com ídolos, abrindo assim o caminho para o cativeiro babilônico. Deus ainda havia levantado Davi, e então Salomão construiu a casa. Ora na casa eles se gabavam (veja Jeremias 7:4) como se a mera posse desses edifícios garantisse tudo, quando realmente Deus habitava no Céu dos céus, muito acima dos edifícios mais deslumbrantes da Terra.
As palavras finais de Estêvão – versículos 51-53 – são marcadas por grande poder. Elas são como um apêndice às palavras do próprio Senhor, registradas em Mateus 23:31-36, levando a acusação à sua terrível conclusão na traição e morte do Justo. A posição deles diante de Deus estava baseada na lei e, embora a tivessem recebido pela ordenação de anjos, não a haviam guardado. A lei quebrada pela flagrante idolatria e o homicídio do Messias; houve as duas grandes denúncias na acusação contra os judeus, e ambas são proeminentes nas palavras finais de Estêvão.
O Espírito Santo, pelos lábios de Estêvão, havia virado completamente a mesa sobre seus opressores, e eles se viram acusados, como se estivessem no banco dos réus, em vez de estarem sentados no banco dos juízes. A própria repentinidade com que Estêvão abandonou sua narrativa histórica e lançou a acusação de Deus contra eles, deve ter acrescentado tremendo poder às suas palavras. Elas penetraram em seus corações e os agitaram à fúria.
A única pessoa evidentemente calma era Estêvão. Cheio do Espírito, ele teve uma visão sobrenatural da glória de Deus, e de Jesus naquela glória, e testificou imediatamente do que viu. Ezequiel tinha visto “a semelhança de um trono” e “a semelhança de um homem, no alto, sobre ele” (Ez 1:26), mas Estevão não via uma mera “semelhança”, mas sim o próprio HOMEM, em pé à direita de Deus. Jesus, uma vez crucificado, é agora o Homem da mão direita de Deus: Ele é o poderoso Executivo, por Quem Deus administrará o universo!
Em seu discurso Estêvão havia salientado que embora José tivesse sido recusado por seus irmãos, ele se tornou o salvador deles e, finalmente, todos tiveram que se curvar perante ele. Ele também lembrou a eles de que, embora Moisés tenha sido inicialmente rejeitado, ele finalmente se tornou príncipe e libertador de Israel. Agora ele testifica uma coisa similar, mas muito maior em relação a Jesus: o Justo que eles haviam matado tornou-Se seu Juiz e, finalmente, para aqueles que O recebem, seu grande e final Libertador. Em sinal disso, Ele estava em glória, e Estêvão O viu.
Totalmente incapazes de refutar ou resistir às suas palavras, os líderes judeus apressaram-se a dar a morte a Estêvão, cumprindo assim as palavras do Senhor, registradas em Lucas 19:14, quando os cidadãos, odiando o homem nobre que partiu, enviaram uma mensagem após ele dizendo: “Não queremos que Este reine sobre nós”. Jesus ainda estava “em pé” (v. 55 – TB) em glória, pronto para cumprir o que Pedro havia dito em Atos 3:20, se eles tivessem se arrependido. Eles não se arrependeram, mas deram uma violenta recusa ao apedrejar Estêvão e enviá-lo após seu Mestre. Proeminente em conexão com este ato perverso estava um jovem chamado Saulo, que consentiu com a morte de Estevão, e agiu como um tipo de superintendente em sua execução. Assim, onde a história de Estevão termina, a história de Saulo começa.
Estevão, o primeiro mártir Cristão, encerrou sua curta, mas notável carreira à semelhança de seu Senhor. Cheio de Espírito, sua visão foi preenchida com Jesus em glória. Ele não tinha mais nada a dizer aos homens; Suas últimas palavras foram dirigidas ao seu Senhor. Ao Senhor, ele encomendou o seu espírito e, assumindo a atitude de oração, desejou misericórdia por aqueles que o matavam. Quem poderia ter antecipado uma resposta tão surpreendente como foi dada por seu exaltado Senhor na conversão de Saulo, o arqui-homicida? A oração do Senhor Jesus na cruz pelos Seus homicidas foi respondida pelo envio do evangelho, começando em Jerusalém; a oração de Estêvão foi respondida com a conversão de Saulo, do que o próprio Saulo nunca se esqueceu, como é mostrado em Atos 22:20.

ATOS 6


ATOS 6


Por trás de todos os ataques e dificuldades que confrontaram a Igreja primitiva em Jerusalém estava o grande adversário, o próprio Satanás. Foi ele que instigou os saduceus à violência e à tentativa de intimidação. Ele encheu o coração de Ananias para mentir e assim trazer corrupção, tentando o Espírito do Senhor. Agora que esses ataques anteriores foram derrotados, ele se move de uma maneira mais sutil, explorando pequenas diferenças que existiam dentro da própria Igreja. Os “gregos” de quem fala o primeiro versículo deste capítulo, não eram gentios, mas judeus de fala grega, vindos das terras de sua dispersão, enquanto os “hebreus” eram os judeus naturais de Jerusalém e da Palestina.
O primeiro e maior problema dentro da Igreja – o de Ananias – era sobre dinheiro. Se o segundo não era sobre dinheiro, era sobre um assunto muito semelhante a ele; à distribuição das suas necessidades diárias, visto que tinham todas as coisas em comum. O primeiro era sobre conseguir o dinheiro: o segundo sobre distribuir o dinheiro, ou seu equivalente. Aqueles a uma distância maior pensavam que estava havendo parcialidade em favor do povo local. Anteriormente o problema maior criou apenas uma pequena dificuldade, pois foi instantaneamente enfrentado no poder do Espírito: agora o problema menor criou a maior dificuldade, como vemos em nosso capítulo. Este, acreditamos, tem sido quase sempre o caso na história da Igreja: os casos mais difíceis de resolver são aqueles em que, no fundo, há muito pouco a ser resolvido.
Foi apenas uma “murmuração” que surgiu, mas os apóstolos não ficaram esperando que ela se tornasse um enorme clamor. Eles discerniram que o objetivo de Satanás era desviá-los da pregação da Palavra para o serviço social, de modo que tomaram medidas para pôr fim a quaisquer possíveis objeções. Eles instruíram a Igreja a selecionar sete homens para se ocuparem com esse serviço, que deveriam ser “de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria”. Sua administração deveria ser marcada pela sabedoria e honestidade que tinha de ser acima de qualquer suspeita.
Neste negócio, a Igreja deveria selecionar seus próprios administradores; mas o negócio era a distribuição dos fundos e alimentos que a própria Igreja havia arrecadado. Nunca lemos da Igreja sendo chamada para selecionar ou nomear seus anciãos ou bispos ou ministros da Palavra, já que a graça espiritual e os dons que eles distribuem não são providos pela Igreja, mas por Deus. A seleção e ordenação destes, consequentemente, está nas mãos de Deus. Aos anciãos em Éfeso, Paulo disse: “o Espírito Santo vos constituiu bispos” (At 20:28). Deus designa aqueles que devem administrar Sua beneficência.
Então os apóstolos continuaram a se entregar à oração e ao ministério da Palavra. Para aqueles que são ensinados, a Palavra vem em primeiro lugar (1 Tm 4:5), pois só oramos corretamente, conforme somos instruídos na Palavra. Para aqueles que ministram, a oração vem em primeiro lugar, pois sem oração eles não falarão a Palavra corretamente.
Assim como a sabedoria prevalecia com os apóstolos, assim a graça prevalecia na Igreja, pois todos os sete homens escolhidos tinham nomes que sugeriam uma origem grega e não hebraica, e de um deles é dito ter sido um prosélito, do que se conclui que ele veio de uma origem gentia. Desta forma, a multidão cuidou para que todas as murmurações e questionamentos, tivessem fundamentos ou não, fossem silenciados. Os apóstolos se identificaram com a escolha da Igreja, colocando suas mãos sobre os homens escolhidos, com oração. Nos bastidores, o adversário foi novamente frustrado.
Ele foi mais do que frustrado na verdade; pois em vez de os apóstolos serem desviados da Palavra de Deus, ela aumentou muito, e muitas novas conversões ocorreram, sendo até mesmos alcançados muitos sacerdotes. Além disso, um dos sete, Estêvão, tornou-se um vaso especial da graça e poder do Espírito de Deus; Tanto que, até o final do nosso capítulo, e todo o capítulo 7, seguimos o que Deus operou por meio dele, até o momento de seu martírio.
O poder que operava em Estêvão era tão marcante que provocou oposição de novas frentes. Os homens das várias sinagogas, mencionados no versículo 9, aparentemente eram todos da classe grega, à qual o próprio Estêvão pertencia. Toda a habilidade argumentativa deles não era nada quando confrontada com o poder do Espírito em Estêvão. Então eles recorreram à tática habitual de testemunhas mentirosas e violência. No versículo 11 eles citaram Moisés antes de Deus; pois sabiam o que mais atrairia as paixões da multidão, a quem Moisés, sendo um homem, era mais real do que o Deus invisível. Assim também, no versículo 13, “este lugar santo”, que estava diante de seus olhos, teve precedência sobre a lei; e finalmente, “os costumes que Moisés nos deu” eram talvez mais apreciados por eles do que tudo o mais. Arrastando Estevão para diante do conselho, acusaram-no de blasfêmia e de proclamar Jesus Nazareno como um destruidor do lugar santo e costumes deles. Havia tanta verdade nessa acusação, que o advento de Jesus de fato inaugurou um novo início nos caminhos de Deus.
Desta forma pública a controvérsia entre a nação e Deus foi levada um passo adiante. Eles lançaram o desafio, e Deus aceitou o desafio enchendo Estevão com o Espírito que até a forma de seu rosto foi alterada, e todo mundo a viu. Por meio de seus lábios, o Espírito Santo procedeu a dar uma palavra final de testemunho contra a nação. O conselho se viu colocado na sala de audiência de Deus pelo Espírito Santo falando por meio do próprio homem que estava sendo acusado na sala de audiência deles.

ATOS 5


ATOS 5


Este capítulo abre com um incidente solene que destaca, com um surpreendente realce, um último recurso que caracterizou a Igreja primitiva: houve o exercício de uma disciplina santa pelo poder de Deus. O caso de Ananias e Safira foi excepcional, sem dúvida. Quando Deus institui algo novo, parece ser o Seu modo de assinalar Sua santidade, fazendo um exemplo de qualquer um que a desafie. Ele fez isso com o homem que violou o sábado no deserto (Nm 15:32-36), e também com Acã, quando Israel começava a entrar em Canaã (Js 7:18-26), e assim com Ananias e sua esposa aqui. Mais tarde, na história de Israel, muitos violaram o sábado e tomaram as coisas babilônicas proibidas sem incorrer em penas similares, assim como durante a história da Igreja muitos deles agiram em mentiras ou disseram mentiras sem cair mortos.
O que estava por trás da mentira nesse caso eram os males gêmeos da cobiça e da vaidade. Ananias queria manter parte do dinheiro para si e, ainda assim, ganhar a reputação de ter dedicado tudo ao Senhor, como Barnabé fizera. Tal é a mente da carne, mesmo em um santo. Quantos de nós nunca tiveram obras malignas semelhantes em seus corações? Mas neste caso, Satanás estava trabalhando, e por meio do infeliz casal, ele emitiu um desafio direto ao Espírito Santo presente na Igreja. O Espírito Santo aceitou o desafio e demonstrou Sua presença dessa maneira dramática e inconfundível. Pedro reconheceu que esta era a posição, quando ele falou a Safira de suas ações como um acordo “para tentar o Espírito do Senhor”.
Como resultado, o desafio de Satanás foi transtornado para servir aos interesses do Senhor e de Seu evangelho, como mostram os seguintes versículos. Em primeiro lugar, este episódio colocou grande temor sobre todos que ouviram falar dele, e mesmo sobre a própria Igreja. Aqui está indicado algo que faz muita falta na Igreja hoje – para não falar dos homens em geral. O temor de Deus é algo muito saudável nos corações dos santos e é bastante compatível com um profundo sentimento do amor de Deus. Paulo tinha esse temor à luz do tribunal (2 Co 5:10-11), embora que para o incrédulo isso vá além do temor, para o inegável terror. Um temor piedoso, brotando de um profundo senso da santidade de Deus, deve ser muito desejado.
Então, como a primeira parte do versículo 12, e os versículos 15 e 16 mostram, não houve afrouxamento no poder miraculoso de Deus, ministrado por meio dos apóstolos. De fato, o poder aumentou, de modo que a mera sombra de Pedro provocou prodígios. Dentro de um parêntese (vs. 12-14 – JND e KJV), temos a afirmação de que, depois de tal acontecimento, os homens tinham medo de se unirem à companhia Cristã; no entanto, essa não foi verdadeiramente uma perda, pois impediu qualquer coisa com a natureza de um movimento em massa, que teria varrido uma grande quantidade de falsidade para dentro da Igreja. A verdadeira obra de Deus não foi impedida, como diz o versículo 14. Pessoas podem ser adicionadas à Igreja, sendo meros professos, mas ninguém é “agregado ao Senhor” (ARA), exceto aqueles em quem há uma obra vital de Deus. Assim, o triste negócio de Ananias e Safira foi suplantado para bem, embora que para um observador superficial pudesse parecer um duro golpe para as perspectivas da Igreja.
Tendo Deus trabalhado desta maneira impressionante para abençoar, vemos no versículo 17 o próximo contra-ataque de Satanás. Os sacerdotes e saduceus, cheios de indignação, prendem-nos novamente. Isto é refutado por Deus ao enviar um anjo para abrir as portas da prisão e libertá-los. No dia seguinte, sendo descoberta a liberdade deles, são presos novamente, mas de maneira muito mais suave. As palavras dos sacerdotes confessam o poder com o qual Deus estivera em ação, pois admitem que Jerusalém havia sido enchida com a doutrina; todavia, manifestam a terrível dureza de seus corações ao dizer: “quereis lançar sobre nós o sangue desse Homem”. Ora, eles mesmos disseram: “O Seu sangue caia sobre nós e sobre nossos filhos” (Mt 27:25). A verdade era que Deus iria levar adiante essa palavra deles e cumpri-la.
A resposta de Pedro foi curta e simples. Eles iriam obedecer a Deus e não aos homens. Então Pedro novamente resumiu seu testemunho e o repetiu. O Espírito Santo e os apóstolos foram testemunhas da ressurreição de Jesus, a Quem eles mataram. Mas Deus O havia exaltado não para ser naquele momento o Juiz, proferindo a condenação sobre suas cabeças culpadas, mas para ser Príncipe e Salvador, concedendo a Israel arrependimento e perdão (remissão) dos pecados. O arrependimento e o perdão são vistos como uma dádiva.
Embora a misericórdia e o perdão continuassem sendo o peso da mensagem de Pedro, sua proclamação só os incitou à fúria. A misericórdia pressupõe pecado e culpa, e eles não estavam dispostos a admitir; por isso eles formaram conselho para matá-los. Satanás é um homicida desde o princípio e, sob sua influência, o homicídio encheu seus corações. No entanto, Deus tem muitas maneiras de derrotar os desígnios malignos dos homens, e neste caso Ele usou a sabedoria terrena do renomado Gamaliel, que teve Saulo de Tarso como seu discípulo.
Gamaliel citou dois casos recentes de homens que se levantaram fingindo ser alguém; o tipo de homem a quem o Senhor mencionou em João 10, quando falou daqueles que “sobem por outra parte”, e que eram apenas ladrões e salteadores. Eles não deram em nada, e Gamaliel pensou que Jesus poderia ter sido um desses falsos pastores, em vez do verdadeiro Pastor de Israel. Se Ele tivesse sido como tais, Sua causa também teria dado em nada. A advertência de Gamaliel produziu efeitos e os apóstolos foram libertados, embora tenham sido açoitados e demandados a que cessassem seu testemunho.
Verdadeiramente, o concílio estava lutando contra Deus, pois os apóstolos se alegraram em seu sofrimento por Seu Nome e diligentemente seguiram em seu testemunho, tanto publicamente no templo quanto em particular em todas as casas.

ATOS 4


ATOS 4


Enquanto lemos os versículos de abertura, encontramos a resposta à essa oferta, dada pelos chefes oficiais da nação. Sendo a oferta baseada na ressurreição do Senhor Jesus, foi particularmente desagradável para os saduceus e para os sacerdotes, que eram daquela seita. Eles a rejeitaram incondicionalmente, prendendo os apóstolos. A obra de Deus, entretanto, prosseguiu em poder convertedor, conforme o versículo 4; e no dia seguinte, quando examinado perante o conselho, Pedro encontrou nova oportunidade para testemunhar, respondendo à pergunta sobre o poder e o Nome em que agira.
O Nome e poder era o de Jesus Cristo o Nazareno, a Quem eles haviam crucificado e a Quem Deus havia exaltado. O Salmo 118:22 havia se cumprido n’Ele, e Pedro passou a expandir o testemunho daquilo que era particular àquilo que é universal. O poder do Nome estava bem diante de seus olhos no caso particular do homem coxo que fora curado, não era menos potente para a salvação dos homens de uma forma universal. A cura física do homem era apenas um sinal da cura espiritual que o Nome de Jesus traz. O desprezado Jesus Nazareno é a única porta para a salvação.
Os versículos 13-22 mostram, de maneira mais impressionante, como o testemunho de Pedro foi justificado. Os apóstolos eram indoutos e ignorantes de acordo com os padrões do mundo, ainda assim haviam estado com Jesus e eram ousados, e isso impressionou o conselho, que desejaria tê-los condenado. Três coisas impediram no entanto: 
  • Eles “nada tinham que dizer em contrário” (v. 14);
  • Eles tiveram que confessar: “por eles foi feito um sinal notório, e não o podemos negar” (v. 16);
  • Eles não acharam “motivo para os castigar” (v. 21). 

Quando os homens desejam desacreditar qualquer coisa, geralmente a negam de plano, caso seja possível. Se isso não for possível, encontrarão algum modo de falar contra ela, deturpando-a, se for necessário. Por fim, se isso não for possível, atacam as pessoas envolvidas na coisa, difamando as pessoas que as defendem e punindo-as. Esses três conhecidos artifícios estavam nas mentes dos homens do conselho, mas todos falharam, pois estavam lutando contra Deus. Eles poderiam apenas ameaçá-los e exigir que eles parassem de proclamar o Nome de Jesus. Pedro repudiou a exigência deles, pois Deus lhes havia ordenado que pregassem em Nome de Jesus, e como Ele era a Autoridade infinitamente superior, eles devem obedecer a Ele e não a eles.
Seguem-se os versículos 23-37 com uma bela imagem da Igreja primitiva em Jerusalém. Liberados pelo conselho, os apóstolos “foram para os seus [para os da sua própria companhia – JND]. Isso nos mostra que, no início, a Igreja era uma “companhia” distinta e separada do mundo, até mesmo do mundo religioso do judaísmo. Este ponto precisa de muita ênfase em dias em que o mundo e a Igreja têm sido misturados em grande parte.
A Igreja primitiva encontrou seu recurso na oração. Na emergência, eles se voltaram para Deus e não para os homens. Eles poderiam ter desejado que o conselho fosse de um caráter menos saduciano, com mais liberalidade e amplitude em seu ponto de vista, mas não se mexeram para obtê-lo; eles simplesmente procuraram a face de Deus, o Governador soberano dos homens.
Em sua oração, eles foram conduzidos à Palavra de Deus. O Salmo 2 lançou sua luz sobre a situação que os confrontava. A interpretação da passagem se referiria aos últimos dias, mas eles viram a aplicação dela que se referia a seus dias. A Igreja primitiva foi marcada pela sujeição à Palavra, encontrando nela toda a luz e orientação de que precisavam. Essa também é uma característica muito importante e instrutiva.
Eles também estavam muito mais preocupados com a honra do Nome de Jesus do que com sua própria tranquilidade e conforto. Eles não pediram o fim da perseguição e oposição, mas que eles pudessem ter ousadia em falar a Palavra, e ter aquele apoio milagroso que exaltaria o Seu Nome. A Igreja é o lugar onde esse Nome é tido como amado.
Como resultado disso, houve uma manifestação excepcional do poder do Espírito. Todos eles foram cheios d’Ele; o próprio edifício onde eles se encontraram foi abalado e sua oração, por causa da especial ousadia, foi instantaneamente respondida. E não apenas isso, mas aquilo que eles não haviam pedido lhes foi concedido; E era um o coração e a alma. Isto naturalmente fluiu do fato de que o “um Espírito” de mente e de coração estava enchendo cada um deles. Se todos os crentes hoje estivessem cheios do Espírito, a unidade de mente e coração os caracterizaria. Esta é a única maneira pela qual tal unidade poderia acontecer.
Além disto, fluía a próxima característica que o versículo 33 menciona. Houve grande poder no testemunho dos apóstolos para o mundo. A Igreja não pregou, mas, cheia de graça e poder, apoiou aqueles que o fizeram. A pregação então, como sempre, estava nas mãos dos que foram chamados por Deus para fazê-la, mas o poder com o qual eles a faziam era em grande parte influenciado pelo estado que caracterizava toda a Igreja.
Os versículos finais mostram que assim como havia um poderoso testemunho fluindo para fora, havia a circulação do amor e do cuidado fluindo por dentro. A comunidade Cristã, mencionada no final do capítulo 2, ainda continuava. A distribuição era feita “segundo a necessidade de cada um” (TB). Não os desejos das pessoas, mas suas necessidades foram satisfeitas, e assim ninguém teve falta. Numa data posterior, Paulo poderia dizer: “estou instruído, tanto a ter fartura, como a ter fome, tanto a ter abundância como a padecer necessidade” (Fp 4:12), mas nessa época tais experiências eram desconhecidas pelos santos em Jerusalém. Se, ao escapar de tais experiências, eles se beneficiaram mais do que Paulo, que passou por elas, é uma questão deixada em aberto, embora nos inclinemos a pensar que não. De qualquer forma, a ação de Barnabé era muito bonita, e o amor e cuidado encontrados na Igreja deveriam ser conhecidos hoje, embora pudesse haver alguma variação no modo exato de expressá-los.

ATOS 3


ATOS 3

Atos é um livro histórico, mas não é mera história. Uma imensa quantidade de serviço apostólico é deixada sem registro, e são mencionados apenas alguns incidentes que servem para mostrar o modo como o Espírito de Deus opera em testemunhar o Jesus ressuscitado e exaltado, e em conduzir os discípulos à plenitude das bênçãos Cristãs. O livro cobre um período de transição desde o início da Igreja em Jerusalém até a reunião completa de entre os gentios.
Este capítulo começa com a cura do homem coxo desde o nascimento que jazia na porta Formosa do templo. Como o próximo capítulo nos diz que ele tinha mais de quarenta anos – o período completo de provação havia sido cumprido nele. O homem não havia sido curado pelo Senhor Jesus nos dias de Sua carne, embora Ele frequentemente ensinasse no templo; mas ele foi curado pelo poder do Seu Nome, agora que Ele foi glorificado no céu. Pedro não possuía nem prata nem ouro, mas ele podia exercer o poder do Nome de Jesus Cristo Nazareno, e o homem foi instantaneamente curado da maneira mais triunfante. Hoje, muitos Cristãos fervorosos estão mais preocupados em colecionar a prata e o ouro para o apoio da obra do Senhor, e o poder do Nome permanece em grande parte sem uso. Isso é para nossa vergonha.
Por causa de sua deformidade, o coxo ficou sujeito a certas restrições de acordo com a lei; agora a graça havia removido sua deformidade e com ela a restrição, de modo que ele pudesse entrar no templo com liberdade; e apegando-se aos apóstolos não havia como esconder aqueles que haviam sido os instrumentos de sua libertação. Isso deu a Pedro a oportunidade de testemunho. Ele imediatamente colocou a si mesmo e João fora da cena, a fim de que o glorificado Jesus pudesse preenchê-la.
A ousadia de Pedro é notável. Ele acusou o povo de negar “o Santo e o Justo”, embora ele mesmo, poucas semanas antes, tivesse negado seu Senhor. Eles tiveram diante deles “o Príncipe [Autor – ARA] da vida” e “um homicida”, isso é, um destruidor de vida. Eles mataram o Primeiro e escolheram o segundo; todavia, aqu’Ele a Quem mataram, Deus O ressuscitou dentre os mortos, e assim eles foram pegos em flagrante rebelião contra Deus. Além disso, esta “perfeita saúde” foi concedida ao homem coxo no poder do Seu Nome, por fé. Eles não podiam ver a glória de Jesus no céu, mas eles podiam ver o milagre feito em Seu Nome na Terra. A saúde na Terra estava ligada à glória no céu.
O versículo 17 mostra que Deus estava preparado para tratar o terrível crime deles como um pecado de ignorância – como um homicídio não intencional, para o qual é fornecida uma cidade de refúgio, e não como um homicídio voluntarioso. Esta foi uma resposta direta à oração na cruz: “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem”. Pelo ato pecaminoso deles, Deus havia cumprido Seu propósito quanto ao sofrimento de Cristo e, portanto, ainda havia uma oferta de misericórdia para eles como nação. Aquela oferta que Pedro fez, conforme registrado nos versículos 19-26 do nosso capítulo. Tudo dependia de seu arrependimento e conversão.
Não podemos dizer se Isaías 35:6-7 estava na mente de Pedro enquanto ele falava sobre “os tempos de refrigério” - mas parece que deve ter estado na mente do Espírito que estava falando por meio dele. Quando “o coxo” saltar “como cervos”, então “águas arrebentarão no deserto, e torrentes no ermo”. Mas todo esse refrigério predito por Isaías é para “os resgatados do Senhor” (Is 35:10) e para nenhum outro. Por isso, somente o arrependimento e uma conversão completa trariam esses tempos; se isso acontecesse, Deus enviaria Jesus Cristo para fazer com que essas coisas se cumprissem.
O termo “restauração de todas as coisas” (ARA) tem sido mal utilizado a serviço da ideia de que Deus vai finalmente salvar e restaurar a todos – até o próprio diabo. Mas a passagem diz: “restauração de todas as coisas, das quais Deus falou ... (AIBB). São coisas, não pessoas; e coisas as quais desde o princípio Ele havia falado pelos Seus profetas. Deus vai cumprir todas as palavras e estabelecer em Cristo tudo o que foi derrubado pelas mãos dos homens. Esse tempo não virá até que o próprio Jesus venha, e como Ele é o Profeta de Quem Moisés falou, todas as coisas serão trazidas à uma solução quando Ele vier, e todo aquele que O desconsiderar será destruído dentre o povo. Haverá um tempo de bênção estabelecido, como não houve desde o princípio do mundo.

Com estas palavras, então, Pedro fez a definida oferta da parte de Deus de que, se neste momento houvesse arrependimento e conversão à Deus em uma abrangência nacional, Jesus retornaria e estabeleceria os tempos preditos de bênção. No último versículo do capítulo, ele também acrescentou que, qualquer que fosse a resposta deles, Deus havia levantado Jesus para abençoá-los ao desviá-los de seus pecados. Essas duas coisas que todos precisamos: primeiro, o apagamento judicial de nossos pecados; segundo, sermos desviados dos nossos pecados, de modo que eles percam o poder sobre nós.

ATOS 2

ATOS 2
Se lermos Levítico 23, poderemos ver que, assim como a Páscoa era profética com relação à morte de Cristo, o Pentecostes era profético quanto à vinda do Espírito, em cujo poder é apresentada a Deus a “nova oferta de manjares” (Lv 23:16), que consiste nos dois pães de primícias – uma eleição de judeus e gentios, santificada pelo Espírito Santo. Assim como aquilo para o qual a Páscoa apontava foi cumprido no dia da Páscoa, Aquilo que o Pentecostes apontava foi cumprido no dia de Pentecostes. Em Jesus, o Espírito veio como uma pomba: sobre os discípulos, como o som de um vento ou um sopro poderoso, e como línguas de fogo repartidas. O vento apelou para o ouvido e lembrou-os do assopro do próprio Senhor, do qual João 20:22 nos fala. As línguas de fogo apelaram para os olhos e foram bastante singulares. O vento encheu todos: as línguas pousaram sobre cada um deles. Podemos conectar o poder interior com um; e a expressão do poder em muitas línguas com o outro, conforme o Espírito dava expressão. Quando Jesus veio, Ele era audível, visível e tangível – veja 1 João 1:1. Quando o Espírito veio, Ele era audível e visível apenas, e isso de maneira misteriosa.
É importante que, desde o início, devemos distinguir entre o grande fato da presença do Espírito e os sinais e manifestações de Sua presença, que variam muito. Este é o dom definitivo do Espírito, referido em João 7:39, João 14:16, entretanto, uma vez que aqui apenas os judeus estavam em questão, o derramamento do Espírito sobre os gentios crentes (veja Atos 10:45) foi um ato suplementar a isso. Tendo vindo assim, o Espírito habita com os santos por toda a dispensação. Como resultado do derramamento aqui, todos eles foram cheios do Espírito, de modo que Ele estava no controle total de cada um. Devemos também distinguir entre o dom do Espírito e o estar cheio do Espírito, uma vez que o primeiro pode existir sem o último, como veremos mais adiante. Aqui ambos estavam juntamente presentes.
Aqueles a quem o Espírito veio eram um povo que orava, assemelhando-se com o seu Senhor. Eles “todos estavam de um acordo” – KJV (“estavam todos concordemente” – ARF) e, consequentemente, “em um só lugar” – KJV (“em um único lugar” – JND). O único lugar não é nomeado: pode ter sido o cenáculo de Atos 1, mas mais provavelmente, em vista das multidões que ouviram as declarações dadas pelo Espírito, algum pátio do templo, como o pórtico de Salomão. De qualquer forma, a coisa era tão real e poderosa e não podia ser escondida. Foi, dentro de uma esfera limitada, uma reversão de Babel. A orgulhosa edificação do homem foi parada pela confusão de línguas: aqui Deus sinalizou que a Sua edificação espiritual foi iniciada ao exercer domínio sobre as línguas e simplificando-as à ordem.
Podemos ver outro contraste no fato de que quando o tabernáculo foi feito no deserto e o Senhor tomou posse dele pela nuvem de Sua presença, Ele imediatamente começou a falar a Moisés a respeito do sacrifício. Isso é mostrado conectando Êxodo 40:35, com Levítico 1:1-2. Em nosso capítulo temos Deus tomando posse de Sua nova casa espiritual por Seu Espírito, e novamente Ele fala imediatamente por Seus inspirados apóstolos. Muitas pessoas de diferentes países ouvem “as grandezas de Deus”.
A investigação das multidões deu a oportunidade de testemunhar. Pedro era o porta-voz, embora os onze estivessem com ele apoiando suas palavras, e ele imediatamente os direcionou para a Escritura que explicava o que tudo aquilo significava. Joel havia predito o derramamento do Espírito sobre toda a carne em dias que ainda estavam por vir, e o que acabara de transparecer era um cumprimento disso, embora não o cumprimento. As palavras de Pedro, “isto é o que foi dito”, implicam que era da natureza daquilo que Joel havia predito, mas não necessariamente a coisa completa e conclusiva que a profecia tinha em vista. João Batista havia dito de Jesus: “Esse é o que batiza com o Espírito Santo” (João 1:33). Joel dissera que, depois do arrependimento de Israel e da destruição de seus inimigos, deveria haver esse derramamento do Espírito sobre toda a carne. Ora, no dia de Pentecostes, houve uma espécie de primícias disto no derramamento do Espírito sobre aqueles que formaram o núcleo da Igreja. Essa foi a verdadeira explicação do que havia acontecido. Eles não estavam embriagados com vinho, mas cheios do Espírito.
Mas Pedro não parou aí; Ele começou a mostrar porque esse batismo do Espírito havia ocorrido. Foi a ação direta de Jesus, agora Exaltado à destra de Deus. Isso encontramos quando alcançamos o versículo 33; mas a partir do versículo 22 ele estava guiando as mentes das pessoas por meio das cenas da crucificação até a Sua ressurreição e exaltação. Jesus Nazareno havia sido, de forma muito manifesta, aprovado por Deus durante os dias de Seu ministério, contudo eles O mataram com suas mãos iníquas. Ele havia sido entregue a isto por Deus de acordo com Seu “determinado conselho e presciência”, pois Deus sabe como fazer a ira do homem louvá-Lo e realizar Seus desígnios de bênção; embora isso não diminua a responsabilidade do homem no assunto. O versículo 23 é um claro exemplo de como a soberania de Deus e a responsabilidade do homem não se chocam, quando se trata de resultados práticos; embora possamos ter dificuldade em reconciliar os dois como um assunto teórico.
O que eles tinham feito tão perversamente, Deus havia desfeito triunfantemente. A colisão entre o programa deles e o de Deus foi completa. Pressagiava o completo desfazimento deles e sua própria derrubada no momento devido; particularmente porque a ressurreição havia sido prevista por Deus, e predita por meio de Davi no Salmo 16. Ora Davi não poderia estar falando de si mesmo, pois ele havia sido sepultado e seu túmulo era bem conhecido entre eles naquele dia. Quando ele falou de Um, cuja alma não foi deixada no Hades e cuja carne não viu corrupção, ele falou de Cristo. O que ele disse foi cumprido: Jesus não foi apenas ressuscitado, mas exaltado ao céu.
Como o Homem exaltado, Jesus recebeu do Pai o Espírito Santo que havia sido prometido e O derramou sobre Seus discípulos. No Seu batismo Ele recebeu o Espírito Santo para Si mesmo como o Homem dependente; agora Ele recebe o mesmo Espírito Santo em favor de outros como Representante deles. Ao derramar o Espírito, esses outros foram batizados em um só corpo e se tornaram Seus membros. Isso aprendemos com as Escrituras posteriores.
Nos versículos 34-36, Pedro leva seu argumento a um passo adiante, ao seu clímax. Davi havia profetizado sobre seu Senhor, que deveria ser exaltado à direita de Deus. O próprio Davi não foi elevado aos céus assim como não ressuscitou dos mortos. Aqu’Ele de Quem Davi falou foi assentar-Se no assento da administração e do poder até que Seus inimigos fossem postos por escabelo de Seus pés; portanto, a conclusão de toda a questão era esta: o derramamento do Espírito, que eles haviam visto e ouvido, provou além de qualquer sombra de dúvida que Deus havia feito do crucificado Jesus, tanto Senhor como Cristo.
Como Senhor, Ele é o grande Administrador em favor de Deus, seja em bênção ou em julgamento. Seu derramamento do Espírito havia sido um ato de administração que revelou Seu Senhorio.
Como Cristo Ele é a Cabeça ungida de todas as coisas, e particularmente do pequeno punhado dos Seus próprios deixados sobre a Terra. Sua recepção do Espírito dado pelo Pai em favor dos Seus, preliminarmente ao Seu derramamento, revelou Seu “estado ou fato de ser o Cristo”[1]
Sendo “feito” Senhor e Cristo é bastante consistente com o fato de Ele ter sido Ambos durante Sua jornada na Terra. Estas coisas foram sempre Suas, mas agora Ele foi oficialmente feito como Tal, como o Homem ressuscitado e glorificado. Notícia maravilhosa para nós; mas terrível notícia para aqueles que tinham sido culpados de Sua crucificação. Isso simplesmente garantiu sua terrível condenação, se eles persistissem em seu curso.
O Espírito, que acabara de pousar sobre os discípulos, começou agora a trabalhar nas consciências de muitos dos ouvintes. Assim que eles começaram a perceber a situação desesperada em que foram colocados pela ressurreição do Senhor, foram compungidos em seu coração e clamaram por direção. Pedro indicou o arrependimento e o batismo em nome de Jesus Cristo como o caminho para a remissão dos pecados e o dom do Espírito Santo; pois, como ele aponta no versículo 39, a promessa em Joel é para o Israel arrependido, e para os filhos dos tais, e até para os gentios distantes. Assim, no primeiro sermão Cristão, a extensão da bênção do evangelho aos gentios é contemplada. A remissão de pecados e o dom do Espírito trazem consigo todas as bênçãos Cristãs.
Pode nos parecer notável que Pedro não mencione fé. Mas deduz-se isso, pois ninguém se submeteria ao batismo em nome de Jesus Cristo, a menos que cresse n’Ele. O batismo significa a morte e, consequentemente, a dissociação da vida e das conexões antigas. Eles não estariam preparados para cortar suas ligações com a velha vida, a menos que realmente cressem naqu’Ele que era o Senhor da nova vida. Com muitas palavras, Pedro testificou e exortou-os a cortar seus vínculos e, assim, salvarem-se dessa “geração perversa”.
A fé estava presente, pois nada menos que três mil receberam a palavra de Pedro. Um momento antes eles conheciam a angústia de ser compungidos em seu coração. Agora eles receberam o evangelho e cortaram suas ligações pelo batismo. Tendo assim se dissociado da massa de sua nação, que havia crucificado o seu Senhor, eles tomaram sua posição ao lado dos 120 originais, que foram multiplicados vinte e cinco vezes em um dia. Além disso, eles não apenas começaram, mas foram marcados pela continuação constante.
As quatro coisas que os marcaram, de acordo com o versículo 42, são dignas de nota. Primeiro vem a doutrina ou ensinamento dos apóstolos. Isso é a base das coisas. Os apóstolos eram os homens a quem o Senhor havia dito: “quando vier aqu’Ele Espírito de verdade, Ele vos guiará em toda a verdade (Jo 16:13). Sua doutrina foi consequentemente o fruto da direção do Espírito. A Igreja tinha agora sua existência, e a primeira coisa que a marcou foi sujeição ao ensino do Espírito por meio dos apóstolos. A Igreja não ensina; é ensinada e está sujeita à Palavra dada pelo Espírito.
Continuando na doutrina apostólica, eles também continuaram na comunhão apostólica. Eles encontraram sua vida prática e sociedade em companhia apostólica. Anteriormente, eles tinham tudo em comum com o mundo; agora a comunhão com o mundo havia desaparecido e a comunhão com os círculos apostólicos havia sido estabelecida – e a comunhão apostólica era “com o Pai, e com Seu Filho Jesus Cristo” (1 Jo 1:3).
Eles continuaram também no partir do pão, que era o sinal da morte de seu Senhor, e também incidentalmente – como aprendemos em 1 Coríntios 10:17 – uma expressão de comunhão. Assim, eles estavam em constante lembrança de seu Senhor que morreu e preservados de se voltarem às suas antigas associações.
Finalmente, eles continuaram em orações. Eles não tinham poder em si mesmos; tudo foi investido em seu Senhor no alto e no Espírito dado a eles. Portanto, a constante dependência de Deus era necessária para a manutenção de sua vida espiritual e testemunho.
Essas coisas marcaram a Igreja primitiva e não devem marcar menos a Igreja hoje. As coisas mencionadas nos versículos finais do capítulo eram de caráter menos permanente. Os apóstolos, com sinais e maravilhas se foram. O comunismo Cristão, que prevaleceu no início, também passou; assim como a perseverança diária no templo e o terem o favor de todo o povo. No entanto, tudo foi superado por Deus. A venda de suas posses provocou muita pobreza entre os santos, quando anos mais tarde veio a fome, foi a ocasião para esse ministério de alívio vindo das assembleias gentias (ver Atos 11:27-30), que tanto contribuiu para unir os membros judaicos e gentios na Igreja de Deus.
No momento, havia simplicidade, alegria e singeleza de coração com muito louvor a Deus. E a obra de Deus, acrescentando o remanescente crente à Igreja, continuou.



[1] N. do T.: O autor aqui usa a palavra “Christhood” que não tem uma correspondente em português, mas cuja definição seria “estado ou fato de ser o Cristo”.